SHOW CULTURAL DA ALIENAÇÃO
Por José Facury Heluy (*)
Não se trata mais de um mistério, de tão estudada e propalada, não há mais nem como contesta-la, ou mesmo confronta-la, pois definitiva ela já se encontra inserida no nosso veio cultural como acionadora da ação e reação do comportamento pós moderno em todos os níveis do relacionamento humano. Estou falando da mídia, mais precisamente da televisada e das que compõem a rede internacional de informação. Nesse nosso contexto não se trata mais de veículos de comunicação simplesmente, se trata de uma força injetora de massificação cultural pretensamente unificadora, indelével e absolutamente sintônica (nada lhe escapa, independente de qualquer tipo de contexto). No meu ver, fica até difícil imaginar como serão as gerações futuras que a cada dia se tornam absolutamente dominadas e aculturadas nesse novo conceito assimilado e desenvolvido pela humanidade.
Não se trata mais de um mistério, de tão estudada e propalada, não há mais nem como contesta-la, ou mesmo confronta-la, pois definitiva ela já se encontra inserida no nosso veio cultural como acionadora da ação e reação do comportamento pós moderno em todos os níveis do relacionamento humano. Estou falando da mídia, mais precisamente da televisada e das que compõem a rede internacional de informação. Nesse nosso contexto não se trata mais de veículos de comunicação simplesmente, se trata de uma força injetora de massificação cultural pretensamente unificadora, indelével e absolutamente sintônica (nada lhe escapa, independente de qualquer tipo de contexto). No meu ver, fica até difícil imaginar como serão as gerações futuras que a cada dia se tornam absolutamente dominadas e aculturadas nesse novo conceito assimilado e desenvolvido pela humanidade.
A “sociedade do espetáculo”
começa a adentrar em nossos poros, tomando conta do nosso ser. Ela chega
destituída de qualquer tipo de moral, ela é apartidária, apolítica e
anticlerical, mas também pode ser oportunamente tudo isso desde que
mantenha o seu poder de comunicar para influenciar. Esse poder pode
transformar o anônimo em mito em um piscar de olhos e de novo retorná-lo
ao anonimato, desde que saia do foco do produto vendável nessa
sociedade do produto espetacularizado.
Inconseqüentemente, as artes
teatrais, o cinema e os processos educacionais deixam-se manipular por
esse tipo de conceito ou se portam indiferentes ao que ocorre, sem pelo
menos, encara-lo como objeto de estudo. Seguem apenas reproduzindo-o e
repassando aos seus públicos e aos seus alunos a plenipotência do
paradigma alienante -, comportamento comum dos irresponsáveis
negociadores do produto mercadológico. As universidades chegam ao ponto
de criar cursos de especialização para atender a demanda consumista e
mercadológica, seja lá do que for.
No mesmo paradigma, as
igrejas que poderiam ser o lugar da reflexão da tradição e da busca da
identidade mística do homem com o universo etéreo se proliferam como
camundongos a roer as consciências e o poder da amplitude do pensamento
dos seus fiéis, transformando-o em massa de manobra para a ânsia de
potência dos seus pastores e bispos.
Temos que ter claro de uma
vez por todas que a tecnologia da mídia é comprometida com o lucro. O
seu objetivo sempre foi e será de promover a vitrine globalizante. A
promoção continua da sociedade midiática, é imediata, ou seja, quer
atrair a média social com os seus atrativos imediatos para que o
consumam como produto.
Como
mediadora desse avassalamento cultural, as instituições públicas
educacionais e culturais deveriam motivar e desenvolver ações que façam
com que nossos jovens reflitam sobre esse mundo das aparências que a
mídia injeta em suas cabeças. É o papel que ainda lhe resta, pois isso
os arautos da mídia, visando o lucro, não o farão.
A arte, que sempre teve seus
parâmetros baseados na aura, na autenticidade e no seu valor cultural,
hoje quase que obriga ao artista a se revestir da auréola da telinha em
sua cabeça; a sua autenticidade terá que dar a lugar às regras do
mercado, se possível destituída de originalidade e no somatório final,
como produto, o seu valor cultural é nenhum.
No Brasil inteiro, os
processos educacionais não fazem nada para que os nossos alunos possam
refletir sobre esse comportamento alienante que lhes é imposto no dia a
dia. Nessa ausência pedagógica, eles acabam se portando como uma manada
que consegue transformar em ídolo um simples participante eliminado de
um bigbrother da vida, só porque a tevê assim o quis, enquanto isso a
autenticidade expressiva do povo brasileiro vai pro brejo. Para nos
precavermos das discrepâncias e dos saldos negativos gerados pelos
avanços da mídia tecnológica, precisamos estar atentos para manusearmos a
fibra ótica sobre a luz da fibra ética.
(*) Teatrólogo
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Fonte: Beth Michel Blog
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