Conta a anedota que uma mulher de Manhattan que morava próximo à
ferrovia ligou para a companhia para reclamar de danos em seu
apartamento causados pela passagem dos trens. Ela alegou que pedaços do
reboco de seu quarto estavam se desprendendo devido à vibração e exigia
indenização. Dois meses depois, no momento em que ela se preparava para
entrar no banho, a campainha tocou. Com a toalha enrolada no corpo, ela
espiou pelo olho mágico e viu um homem de boné, uniforme e crachá. Era o
técnico da companhia de trem. Justo naquele momento?! Dali a poucos
minutos, ela teria que comparecer a uma entrevista de emprego.
A
mulher tentou explicar a situação, mas o técnico disse que teria que
anotar em seu relatório que a cliente não pôde recebê-lo, e disse também
que uma nova visita poderia demorar outros dois meses. Contrariada, ela
pediu que o homem entrasse, se dirigisse ao quarto, sentasse ao pé da
cama e esperasse o trem que passaria dentro de poucos minutos. Enquanto
isso, ela tomaria banho e trocaria de roupa no banheiro.
O que
ela não esperava era que o noivo chegasse naquele momento para lhe fazer
uma surpresa, oferecendo-lhe carona até o local da entrevista. Como
tinha a chave do apartamento, ele foi logo entrando e se dirigiu ao
quarto.
– O que significa isso?! – gritou para o rapaz sentado na cama, que empalideceu instantaneamente.
– O senhor acreditaria se eu lhe dissesse que estou esperando o trem?
Deixando
a graça – e a imprudência da moça – de lado, essa história revela um
fato curioso: por mais inverossímil que seja um relato, ele pode ser a
pura expressão da verdade.
Deus criou o mundo em sete dias. O
diabo usou uma serpente para enganar a primeira mulher. Um dilúvio
cobriu toda a Terra e apenas uma família e representantes das espécies
terrestres de animais foram salvos numa grande arca de madeira. Deus
criou a diversidade de línguas para impedir a construção da Torre de
Babel. Escravos cruzaram o Mar Vermelho que se abriu diante deles. Jesus
curou paralíticos, deu vista aos cegos e até ressuscitou mortos. Isso
tudo é possível? Trata-se de fatos reais ou meras alegorias para
transmitir verdades espirituais? É preciso analisar os fatos antes de
chegar a uma conclusão precipitada.
1. A Criação.
Quando analisamos os relatos ou mitos de criação antigos, percebemos
semelhanças interessantes com o texto Bíblico. Exemplo: o Enuma Elish,
datado do 7º século a.C., traz sete tabletes de argila que descrevem a
criação do mundo dividida em sete partes. Apesar das diferenças, as
semelhanças entre esses mitos e o relato bíblico apontam para uma mesma
fonte primordial. Kenneth Kitchen, respeitado egiptólogo da Universidade
de Liverpool, Inglaterra, e especialista em literatura do antigo
Oriente Médio afirma que geralmente na cultura literária daquela região
os relatos mais simples contêm a narrativa original de um evento. Quando
comparado com os mitos babilônicos, assírios, hititas e egípcios, o
relato da criação em Gênesis desponta como a versão menos elaborada,
logo, original. Mais: De onde teria surgido o ciclo semanal, que não
depende de movimentos de corpos celestes, como os dias, os meses e os
anos? E como ficaria o quarto mandamento da lei de Deus, que estabelece a
guarda do sábado semanal – “porque em seis dias fez o Senhor o céu e a
terra, o mar e tudo o que neles há” (Êx 20:11) –, caso a semana da
Criação não fosse literal?
2. A Queda. De modo
semelhante, o relato da queda pelo engano da serpente é sugerido em
outras culturas. Um selo mesopotâmico do 3º milênio a.C. traz a imagem
de um casal sentado em frente a uma árvore com uma serpente por trás
deles. Resquícios dessa história são encontrados em outras culturas,
apontando igualmente para um relato primordial.
3. O Dilúvio.
Mais de 200 culturas espalhadas pelo mundo preservaram relatos de uma
grande inundação que destruiu a Terra e da qual foram salvas algumas
pessoas num grande barco. Além disso, há várias evidências geológicas
que apontam para uma tremenda catástrofe hídrica. Exemplo: cerca da
metade dos sedimentos continentais são de origem marinha; são
encontrados em montanhas fósseis de animais marinhos; os estratos da
coluna geológica se apresentam de forma paralela em grandes extensões,
sem revelar sinais de erosão entre as camadas, o que indica uma formação
rápida; etc.
4. A Torre de Babel. Os zigurates
encontrados em Ur, no Iraque, e que eram usados para facilitar o contato
dos sacerdotes com os deuses, atestam que o povo de Babel construiu
torres com propósitos religiosos. Além disso, estudos línguísticos têm
demonstrado que os idiomas remontam a um tronco comum, à medida que se
recua no tempo.
5. O Êxodo. Estudos indicam que,
de fato, houve escravos hebreus no Egito, como atestam pinturas nas
paredes de pirâmides. E um papiro do sacerdote egípcio Ipuwer menciona,
inclusive, algumas das pragas que assolaram a nação. Há diversas
palavras e expressões hebraicas nas narrativas do livro de Êxodo que são
claramente de origem egípcia, o que indica a autoria de alguém versado
em ambos os idiomas e conhecedor do local de origem do relato. Por que,
então, duvidar do restante do relato do livro bíblico do Êxodo?
6. Milagres de Jesus.
Fontes extrabíblicas, como o historiador judeu do 1º século Flávio
Josefo e o Talmude, importante obra do judaismo concluída por volta do
ano 500 d.C., sugerem que Jesus de Nazaré foi responsável por feitos
miraculosos. Quando Jesus ressuscitou, os maiores interessados em
desmentir o fato eram os líderes judaicos e os soldados romanos. Mas
eles não puderam fazer isso. O surgimento do cristianismo em Jerusalém
só pode ser explicado por meio da ressurreição de Jesus Cristo, uma vez
que se o corpo dEle ainda estivesse na tumba de José de Arimatéia, a
crença num Messias ressurreto seria infundada e insana.
E o mais
interessante é que Jesus, o Filho de Deus, confirmou todos os eventos
bíblicos citados acima ao fazer referência a eles como fatos históricos e
não meras alegorias.
Fonte: Arqueologiadabiblia
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