Entre os feitos já realizados, está o uso dos chamados
'metamateriais', que são estruturas desenvolvidas artificialmente que fazem com
que a luz não capte objetos tridimensionais
---
A
tecnologia para conseguir a invisibilidade no campo da óptica abriu a porta para
sua aplicação em outros âmbitos, como o som, a temperatura e as ondas sísmicas,
avanços que foram comprovados nesta quarta-feira, 23, em um encontro de
cientistas em Paris.
Alguns dos principais especialistas que desenvolvem
pesquisas sobre o tema se reuniram no colóquio "Invisibilidade: sonho ou
realidade?", organizado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica francês
(CNRS) em Paris.
Em entrevista coletiva, os cientistas enumeraram
diversas aplicações da invisibilidade através dos chamados "metamateriais",
estruturas desenvolvidas artificialmente que fazem com que a luz não capte
objetos tridimensionais.
O diretor de pesquisa do CNRS Claude Amra
ressaltou que o objeto não chega a desaparecer de fato, mas é "protegido" pelo
metamaterial interposto entre este e o olho humano.
A ideia de "proteção"
foi fundamental para traspor a invisibilidade para outros âmbitos da física,
assinalou.
Neste sentido, os últimos trabalhos conseguiram fazer com que,
além da luz, as ondas do som e eletromagnéticas contornem o objeto suscetível de
ser "protegido", que ao não absorvê-las e nem rebatê-las, fica resguardado por
elas.
Como exemplo destes avanços, o pesquisador do CNRS Sébastien
Guenneau citou as camadas antitsunami e antiseísmo, que consistem em um
dispositivo de anéis concêntricos de diferentes materiais que rodeiam um objeto
e, por isso, desviam as ondas dele.
O pai dos "metamateriais", o
cientista britânico John Pendry, que também compareceu ao encontro, fez essa
descoberta no final dos anos 80. No entanto, não faz muito tempo que ele começou
a intuir e explorar as aplicações práticas.
O cientista francês André de
Lustrac, que também participava da conferência, afirma que no futuro a noção de
invisibilidade poderia ser aplicada não somente ao espaço, mas também ao tempo.
Fonte: EFE
Nenhum comentário:
Postar um comentário