Custo da transposição do São Francisco quase dobrou por causa de custos
ambientais e reajustes nos contratos
Reajustes
contratuais, compensações ambientais e desapropriações foram as principais
causas do aumento do custo da obra de transposição do Rio São Francisco, que
passou de uma estimativa de R$ 4,8 bilhões em 2007 para R$ 8,2 bilhões
atualmente. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deu explicações
na terça-feira (22) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara
dos Deputados sobre o aumento nos valores da obra.
Segundo ele, os
reajustes contratuais significaram aumento de 30% entre 2007 e 2012, fruto dos
indicadores previstos nos contratos. Os custos de compensações ambientais, que
tinham estimativa de R$ 400 milhões no início da obra, passaram para cerca de R$
1 bilhão, de acordo com Bezerra. E a previsão de gastos com desapropriações, que
era R$ 40 milhões, vai chegar a R$ 100 milhões. Cerca de 1,8 mil desapropriações
já foram realizadas para a obra.
Quando o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) foi lançado, em 2007, o custo total da obra de transposição do
Rio São Francisco estava estimado em R$ 4,8 bilhões e a previsão era de que o
Eixo Leste fosse concluído até junho de 2010 e o Eixo Norte, em dezembro de
2012. No ano passado, o custo da obra foi reestimado para 6,9 bilhões e,
atualmente, o valor passou para R$ 8,2 bilhões, com a previsão de conclusão,
segundo o ministro, para dezembro de 2014 do Eixo Leste e para segundo semestre
de 2015 do Eixo Norte.
De acordo com o ministro, o primeiro edital de
saldo remanescente para a conclusão da obra será lançado em junho, e o processo
de licitação deve estar concluído até dezembro. A expectativa é que, no final do
ano, a obra esteja sendo realizada com sua capacidade máxima. Os 16 lotes atuais
serão transformados em seis frentes de trabalho, o que, segundo Bezerra, vai dar
mais agilidade à obra
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com
Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional tem como objetivo assegurar a
oferta de água a cerca de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Agreste
e do Sertão dos estados de Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do
Norte.
A obra está dividida em duas partes. O Eixo Leste, com 220
quilômetros (km), prevê a construção de canal, estações de bombeamento,
reservatórios, túneis e aquedutos entre os municípios de Monteiro e Floresta,
ambos na Paraíba. No Eixo Norte, que tem 402 km, o trabalho será realizado entre
as cidades de São José de Piranhas (PB) e Cabrobó (PE).
Bezerra destacou
a importância da obra pra a região, especialmente neste momento em que o
Nordeste enfrenta uma das mais severas estiagens dos últimos anos. Segundo ele,
cerca de 30 obras estão sendo realizadas para a distribuição de água no
Semiárido nordestino. Segundo ele, o governo já alocou cerca de R$ 25 bilhões em
obras de infraestrutura hídrica dentro do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). "Essa é uma decisão da presidenta Dilma, de universalizar o acesso à água
em todo o país, especialmente no Semiárido nordestino".
Fonte: Noticias Ambiente Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário