quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A luta mundial contra a Monsanto cresce e cresce

Nas vésperas da celebração do Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro passado, em mais de 500 cidades de 52 países se realizaram manifestações contra a Monsanto, a tenebrosa transnacional da biotecnologia e dos alimentos geneticamente modificados. Os milhares e milhares de manifestantes pediram ao mundo boicotar a ação “depredadora” da Monsanto porque introduziu diferentes tipos de transgênicos no mercado globalizado, que, segundo expertos, são prejudiciais para a saúde humana, representando uma ameaça para “a saúde, a fertilidade e a longevidade”.

Na realidade, a Monsanto não é a única corporação que aspira conquistar o monopólio do fornecimento de alimentos em nosso planeta. São várias corporações biotecnológicas e agroquímicas que formam o poderoso grupo CropLife America e, entre elas, se destacam: Monsanto, DuPont, Dow AgroSciences LLC, Syngenta, Bayer, Basf, Río Tinto, Mendel, Ceres, Evogene. Foi precisamente este grupo que mandou a carta de protesto à esposa do presidente Obama, Michelle Obama, quando ela plantou seu jardim orgânico livre de pesticidas e organismos geneticamente modificados [OGMs]. Agora, podem estar tranquilos, porque a crise econômica e a recente paralisação temporária do governo norte-americano fez murchar o jardim da senhora Obama.

Neste conjunto, Monsanto, a multinacional de Biotecnologia Química e Agrícola com sede em Creve Coeur, Missouri, é a mais poderosa de todas em termos políticos, econômicos e financeiros. É a mais famosa por suas sementes transgênicas e herbicidas como Roundup Ready [RR], a base de glifosato para eliminação de ervas e arbustos. Atualmente, essa corporação, que começou como uma pequena companhia química em 1901, se transformou num gigante biotecnológico do século XXI, ganhando em 2012 13,5 bilhões de dólares. Está operando em 68 países do mundo, semeando sementes OGMs em mais de 114 milhões de hectares e, deles, 61 milhões nos Estados Unidos. Neste país, controla 40% das terras cultiváveis.

Foi precisamente a Monsanto um dos produtores do Agente Laranja, que foi borrifado massivamente durante a guerra do Vietnã numa operação Ranch Hand entre 1961 e 1971. Segundo a Cruz Vermelha vietnamita, um milhão de pessoas ficaram mutiladas e mais de 500.000 crianças nasceram com defeitos pelo uso desse desfolhante. O Agente Laranja, que foi aplicado com o pretexto de proteger vidas dos soldados norte-americanos, fez seus estragos em seus próprios soldados, os quais, em 1984, fizeram uma demanda coletiva no Tribunal do Distrito Leste de Nova Iorque. Apesar de que o Tribunal não tenha encontrado culpados, se acordou que as sete companhias produtoras do Agente Laranja [Monsanto, Diamond Shamrock Corporation, Dow Chemical Company, Hercules Inc., TH Agricultural y Nutrition Company, Thompson Chemical Corporation y Uniroyal Inc.] pagarão 180 milhões de dólares aos veteranos estadunidenses da guerra no Vietnã e a seus familiares. Se calcula que mais de 600.000 veteranos norte-americanos foram afetados por esse desfolhante e milhares de seus filhos nascerem com leucemia.

Porém, tudo isto pertence à história e já ninguém quer recordar-se da tragédia daquela guerra. Até o Tribunal Supremo norte-americano declarou em 2004 que as companhias produtoras não eram responsáveis do uso do Agente Laranja. No entanto, a realidade que o mundo vive atualmente é muito mais sinistra comparando com o passado, pois estamos frente a um processo quando uma corporação multinacional [Monsanto] aspira apoderar-se da produção e distribuição de alimentos no mundo inteiro, usando sua tecnologia do OGM. De acordo com recente estudo da Food and Water Watch, 93% dos produtos da soja no mercado norte-americano e 80% dos de milho contêm OGMs produzidos pela Monsanto, que tem mais de 1.676 patentes de sementes. Atualmente, essa multinacional controla mais de 90 por cento do mercado mundial de sementes transgênicas, o que constitui um monopólio industrial sem precedentes, e 60 por cento do mercado global de sementes comerciais.

O êxito da Monsanto não se deve somente a sua habilidade de criar produtos rentáveis, mas também a suas conexões políticas, midiáticas e a seu persistente trabalho de cooptação. Segundo o Center for Responsive Politics, a Monsanto gastou mais de 4 bilhões de dólares desde 1990 para as campanhas eleitorais, dando apoio aos políticos para promover seus interesses. A maioria de seus executivos, de acordo com a publicação Global Research, são ex-congressistas e altos ex-funcionários de diferentes departamentos do governo federal norte-americano. Tem à sua disposição incondicional os meios de comunicação que, dia a dia, estão tratando de convencer a opinião pública da vantagem do uso de produtos que contenham OGM. E, para dar solidez aos escribas a soldo, utiliza estudos favoráveis de seis universidades estadunidenses subvencionadas pela multinacional: Arizona State University, St. Louis University, University of Missouri, Cornell University, Washington University in St. Louis y South Dakota State University.

Agora, os professores à sua disposição criaram um novo pretexto para a promoção das sementes OGM. Um recente informe do ETC Group como Monsanto, Bayer, BASF, DuPont, Syngenta, Dow, Mendel, Ceres e Evogene estão patenteando as sementes com genes que resistem ao estresse do meio ambiente [seca, variações extremas de temperatura etc]. Segundo a campanha publicitária desses gigantes bioquímicos, “somente esta tecnologia de OGM é capaz de neutralizar os efeitos do aquecimento global e da fome no futuro não tão distante”. Na realidade, é um novo pretexto para aumentar o poder corporativo sobre a alimentação, controlar os preços, terminar com a pesquisa independente e acabar com a tradição milenar dos agricultores de intercambiar as sementes. Agora, a Monsanto e a BASF estão investindo 1,5 bilhão de dólares para criar este tipo de sementes.

Seu laboratório é a África, onde essas duas multinacionais se aliaram com a Fundação Bill e Melinda Gates para promover a suposta “Revolução Verde” no continente. O curioso é que o multimilionário Bill Gates, que é apresentado pela imprensa globalizada como um generoso filantropo, comprou 500.000 ações da Monsanto por 23 milhões de dólares. Os africanos deveriam estudar os “resultados” das “revoluções verdes” que a Fundação Rockfeller promoveu na América Latina nos anos 1960 e 1970. Porém, o processo já está em marcha com o consentimento e a participação dos governos de Quênia, Tanzânia, Uganda e África do Sul apoiado por 47 milhões de dólares doados pela Fundação de Bill Gates.

A América Latina também tem estado na mira da Monsanto desde os anos 1990. O modelo de agroindústria com o uso das sementes OGMs se impôs em todos os países do Mercosul e também na Bolívia para a produção de soja, milho e algodão transgênicos. Atualmente, 50 por cento da terra cultivável na província de Buenos Aires estão semeados com sementes OGMs e regados com glifosato desde um teco-teco. No Paraguai, depois do golpe de Estado em 2012 contra o presidente legitimamente eleito Fernando Lugo, a Monsanto junto com a Cargil encontraram um paraíso para suas sementes transgênicas. Atualmente, estão construindo uma fábrica de sementes transgênicas, convertendo-se esse país no terceiro laboratório da Monsanto, depois de Argentina e Brasil.

Atualmente, na Argentina, de acordo com o jornalista Federico Larsen, 97 por cento da soja produzida é transgênica e também o país liberou o uso do hormônio recombinante bobina BST Posilac, produzido pela Monsanto, que aumenta a produção leiteira nas vacas em 25 por cento, porém que está proibido na maioria dos países do mundo por demonstrar-se cientificamente que Posilac favorece o desenvolvimento do câncer de mama nas mulheres. No entanto, a própria presidenta Cristina Fernández declarou, há pouco, que “O investimento da Monsanto é importantíssimo e vai ajudar na concretização de nosso plano, tanto agroalimentar 2020 como nosso plano também industrial”. Parece que ninguém está prestando atenção aos estudos de vários especialistas que chegaram à conclusão de que, neste ritmo, as terras na Argentina e no Brasil deixariam de ser produtivas em aproximadamente 50 anos.

Parece que às transnacionais ou a muitos governos de turno não lhes interessa o futuro. Por isso, firmam as leis, como a recente Lei de Proteção da Monsanto nos Estados Unidos, que protege a transnacional de todos os julgamentos relacionados à produção e venda de sementes OGMs, ou a Lei Monsanto no México, aprovada em 2005 pela maioria dos congressistas, sem nem sequer ser lida, dando luz verde à corporação biotecnológica em seu país. O mesmo caminho está tomando a Ucrânia, tendo as terras mais férteis da Europa. Felizmente, existem raras exceções, como a iniciativa do presidente do Peru, Ollanta Humala, que conseguiu que o congresso aprovasse em 2011 uma moratória de 10 anos ao cultivo e a importação de transgênicos no país, com a “finalidade de proteger a biodiversidade, a agricultura nacional e a saúde pública”.

Também a multinacional Monsanto decidiu retirar as solicitações para o cultivo de novos transgênicos na União Europeia ante os protestos e resistência de vários governos e grupos ecológicos de usar essas sementes que impactam negativamente sobre a saúde. No entanto, as plantações de cultivos transgênicos continuam em Espanha, Portugal, República Checa e Polônia. Na Rússia, o presidente Putin deu um grito de alerta pelas intenções de Monsanto de instalar-se em seu país. Porém, terá que lutar contra os oligarcas russos, para os quais a pátria não é um lugar onde alguém nasce, mas sim onde se ganha dinheiro, igualmente contra as leis russas aprovadas na época de Yeltsin e que impedem a proibição dos produtos transgênicos.

Há uns dez anos, a Monsanto tratou de ingressar em Cuba, porém eles anunciaram que seriam o laboratório mundial para os produtos orgânicos e não chegaram a nenhum acordo. Agora, a Rússia tem melhor oportunidade e as condições para converter-se no centro de cultivos orgânicos por não estar contaminada sua agricultura com as sementes OGM e por ter 40 milhões de hectares de terra não exposta durante muitos anos ao uso dos químicos. De acordo com os expertos, para 2020 a Rússia poderia abastecer o mercado mundial com 15 por cento dos produtos orgânicos, se é que os agricultores recebem o apoio do governo.

As possibilidades de pôr freio às intenções das multinacionais biotecnológicas de estabelecer o controle corporativo sobre a alimentação existem. Só se necessita a vontade dos povos de despojarem-se do individualismo implantado pelo neoliberalismo, e retornar à premissa de Aristóteles, segundo a qual os humanos somos homens sociais e políticos e não podemos viver fora da sociedade. Porém, viver na sociedade necessariamente implica ações coletivas através das quais poderíamos impor-nos a qualquer transnacional, como o estão fazendo atualmente os habitantes de Malvinas Argentinas, a 14 quilômetros de Córdoba, Argentina, opondo a Assembleia de Vizinhos Luta pela Vida à Monsanto. Em 2012, as Mães de Ituzaingó, um bairro de Córdoba, ganharam pela primeira vez um julgamento contra a Monsanto.

Isto demonstra que a união, a solidariedade e a vontade coletiva são armas poderosas do povo que luta por seu bem-estar e seus ideais.


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Células solares de perovskita vieram para ficar

Células solares de perovskita vieram para ficarOrganometálicas e secas
Elas não são ainda tão eficientes quanto a célula solar mais eficiente do mundo, mas têm outras vantagens.
O novo dispositivo pertence a uma categoria emergente de células solares cristalinas feitas com uma classe de semicondutores chamados perovskitas.
Sua grande vantagem é que, a exemplo das células solares orgânicas - tipo DSC -, as células solares de perovskita são construídas sobre substratos plásticos, o que lhes dá flexibilidade e um bom nível de transparência - com a grande vantagem de que são totalmente de estado sólido.
Com uma taxa de conversão de 15%, a nova célula solar criada por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, iguala o recorde da categoria alcançado há pouco mais de um mês pela equipe do professor Michael Gratzel:
Célula solar de plástico já compete com células de silício
O fato de que duas equipes tenham atingido marcas virtualmente idênticas mostra que a família das perovskitas não entrou no campo das células solares para brincadeiras.
E a arquitetura mais simples da célula solar de perovskita significa que ela pode ser produzida em larga escala a um custo baixo, já que o processo de deposição química usado na sua fabricação é compatível com as técnicas usadas pela indústria.

Células solares de perovskitas
Os semicondutores da classe conhecida como trialetos organometálicos de perovskita têm a fórmula (CH3NH3)PbX3, onde o X pode ser iodo, bromo ou cloro.
Eles começaram a ser utilizados como componentes de coleta de luz em células solares sensibilizadas por corante (DSC) apenas em 2009. Nestes dispositivos, as perovskitas são aplicadas como revestimento sobre uma superfície de uma película fina de nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2).
Logo os pesquisadores se deram conta de que as perovskitas não servem apenas para coletar a luz, desempenhando também o papel de portadoras das cargas coletadas, o que permitiu eliminar a parte "molhada" das células solares sensibilizadas por corante - justamente o elo frágil dessa tecnologia.
Nestas células solares de perovskitas de última geração, a perovskita é simplesmente prensada entre os eletrodos de elétrons (cargas negativas) e de lacunas (cargas positivas), a mesma configuração utilizada nas células solares planares convencionais.
A grande vantagem é que elas são muito finas - cerca de 300 nanômetros, contra 150 micrômetros das células de silício - o que lhes dá flexibilidade e transparência.

Redação do Site Inovação Tecnológica


Caminho está brilhando para telas flexíveis e esticáveis

LEDs que esticam

Você já deve estar acostumado com as promessas de telas de dobrar e enrolar, computadores de vestir e equipamentos eletrônicos flexíveis.

De fato, essa área emergente está prosseguindo firme, mas não tem conseguido demonstrar muito do seu potencial porque os aparelhos eletrônicos são formados por inúmeros componentes, e todos devem ser "flexibilizados" para que as promessas virem realidade.

Então talvez agora dê para colocar na agenda o lançamento das primeiras telas flexíveis.
Duas equipes, trabalhando de forma independente, acabam de relatar a fabricação de LEDs que são não apenas flexíveis, mas que podem ser esticados como elástico, sem parar de brilhar.

OLEDs de esticar - LEDs orgânicos flexíveis


 O OLED fabricado pela equipe pode ser esticado 30% além do seu tamanho original e dobrado em 180 graus sem parar  de brilhar. [Imagem: UCL].

Segundo a pesquisadora, a criação de OLEDs com alta flexibilidade por duas equipes diferentes significa que os primeiros equipamentos comerciais podem estar no horizonte.

"A eletrônica flexível e a optoeletrônica têm aplicações potenciais na geração de energia, na biomedicina, na robótica e nas telas," afirma a equipe.

OLEDs de esticar - LEDs orgânicos flexíveis
Os OLEDs emitem luz graças a materiais eletroluminescentes feitos de uma espécie de plástico, o que explica sua flexibilidade. O grande desafio é tornar flexíveis os eletrodos, que levam energia até eles. [Imagem: UCLA]

OLEDs que esticam
Jiajie Liang e seus colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles também trabalharam com OLEDs.
Seu protótipo pode ser repetidamente esticado, dobrado e torcido, a temperatura ambiente, sempre voltando ao formato original - e sem parar de emitir luz em todo o processo.

O OLED fabricado pela equipe pode ser esticado 30% além do seu tamanho original e dobrado em 180 graus, tendo se mantido totalmente funcional por 1.000 ciclos de esticamento e relaxamento, sempre brilhando.

O protótipo suportou um esticamento de até duas vezes seu tamanho original, mas apresentou perda de eficiência.

Os OLEDs emitem luz graças a materiais eletroluminescentes feitos de uma espécie de plástico, o que explica sua flexibilidade. O grande desafio é tornar flexíveis os eletrodos, que levam energia até eles.

A solução encontrada foi usar malhas de nanofios de prata depositados sobre uma matriz de borracha, o que produziu eletrodos flexíveis e transparentes.


"Juntamente com o desenvolvimento dos transistores de película fina elásticos, acreditamos que as telas interativas de OLEDs totalmente esticáveis, tão finas quanto um papel de parede, serão feitas em um futuro próximo," estima o professor Qibing Pei, coordenador da equipe.

Redação do Site Inovação Tecnológica 
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=oleds-esticar-leds-organicos-flexiveis&id=010110131029

Matemática ajuda cerveja a gelar em 45 segundos


Matemática ajuda cerveja a gelar em 45 segundos
A tecnologia se baseia em um efeito conhecido como vórtex Rankine, um modelo matemático de um redemoinho usado para simular tornados.[Imagem: V-Tex]

Gela na hora
Um projeto financiado pela União Europeia resultou em uma nova tecnologia capaz de gelar latas e garrafas de cerveja ou refrigerantes em poucos segundos.

O objetivo do projeto RapidCool (resfriamento rápido, em tradução livre) era encontrar uma alternativa para o sistema de freezers e geladeiras dos supermercados, que precisam manter centenas de latas e garrafas geladas o tempo todo, inclusive à noite, independentemente de quando serão vendidas.

Segundo os pesquisadores que participaram do projeto, os refrigeradores e freezers comerciais em funcionamento na Europa consomem cerca de 85 TWh (terawatts-hora) de eletricidade, o equivalente à energia gerada por nove usinas nucleares de última geração.

A solução veio na forma de um equipamento que gela o produto na hora. Assim, o cliente pode gelar apenas as garrafas e latas que irá levar.

A tecnologia já está sendo licenciada para vários parceiros, e pelo menos uma empresa já anunciou o lançamento de geladeiras domésticas de resfriamento rápido.

Matemática do frio
O sistema de gelamento rápido é autônomo e modular, o que significa que ele pode ser usado para gelar desde uma lata ou garrafa individual até conjuntos e embalagens inteiras.
Matemática ajuda cerveja a gelar em 45 segundos

A tecnologia já está incorporada em pelo menos um produto de uso doméstico com previsão de lançamento comercial imediato. [Imagem: V-Tex]
Latas e garrafas a temperatura ambiente chegam aos 4°C em cerca de 45 segundos, com uma economia de energia de 90% em comparação com as geladeiras domésticas.

Um equipamento comercial, capaz de gelar 200 latas de 500 ml por dia, teria uma economia de 54% em comparação com os equipamentos tradicionalmente usados em supermercados e bares.

A tecnologia se baseia em um sistema de rotação, batizado de V-Tex - uma referência a vórtex - que gira a garrafa ou lata para que o superfrio aplicado externamente à embalagem não resulte em resfriamento desigual - de fora para dentro - o que poderia levar ao congelamento ou causar a efervescência da cerveja ou refrigerante quando a embalagem é aberta.

O efeito utilizado é conhecido como vórtex Rankine, um modelo matemático de um redemoinho criado em um líquido, que garante uma difusão perfeita da temperatura devido a um vórtice forçado no centro, que gira como um disco, e um vórtice livre ao seu redor, cuja velocidade é inversamente proporcional à distância do centro - esse modelo é usado para fazer simulações de tornados.

Na geladeira rápida, é como se o frio fosse "sugado" para o interior do tornado, fazendo com que o líquido gele por igual.

Embora tenha sido projetado para funcionar como uma unidade autônoma, a câmara de resfriamento também pode ser integrada nas geladeiras atuais.

Esta é a verdadeira inovação, de acordo com a equipe, já que permitirá substituir a maioria, se não todos, os refrigeradores abertos utilizados em todo o mundo.


Ciganos são primitivos ou apenas pobres?

PARIS - O grupo de ciganos escutava os promotores que os acusavam de ter vendido meninas como noivas por cerca de US$ 270 mil, avaliando seu preço com base na sua habilidade para furtos. Três clãs familiares da Croácia eram acusados de criar meninas e meninos, alguns com apenas 11 anos, para cometer cem roubos em 2011 na França, na Bélgica e na Alemanha.

Uma testemunha de 20 anos disse ao tribunal que havia furtado cerca de US$ 600 mil em dinheiro e joias, ou mais de US$ 7.000 por mês, desde os 13 anos de idade. Ladrões menos habilidosos podem ser punidos, inclusive sendo surrados por anciões roma (plural de "rom", forma pela qual muitos ciganos identificam seu próprio grupo étnico).

Dos 27 acusados, 26 foram condenados por forçar crianças a furtar, tendo recebido penas de dois a oito anos de prisão. No topo da rede estava uma avó de 66 anos.

Esse caso em Nancy ilustra um debate cada vez mais ruidoso na Europa acerca do que alguns chamam de "a questão rom", referência ao povo nômade que veio da Índia para a Europa séculos atrás. Estima-se que 11 milhões deles estejam espalhados pela Europa.

A descoberta de uma criança loura durante uma batida policial em um acampamento rom na Grécia, em 21 de outubro, e a prisão do casal com o qual a menina vivia alimentaram especulações de que alguns roma estariam envolvidos com tráfico de pessoas.

Na França e em outros lugares da Europa, a questão rom está vinculada a perguntas complicadas a respeito de etnia, raça, exclusão social e interesses políticos.

No julgamento de Nancy, a defesa apresentou um argumento incomum: que os roma que foram para o crime estariam simplesmente agindo conforme "o estilo da Idade Média".

Em setembro, o ministro francês do Interior, Manuel Valls, socialista, causou furor ao dizer que apenas uma minoria dos roma conseguiria se adequar à sociedade francesa. Muitos dos cerca de 20 mil roma da Romênia e da Bulgária que estão na França sem terem cidadania vivem em acampamentos esquálidos na periferia das cidades francesas.

No bairro parisiense do Marais, onde bandos de jovens roma ousadamente roubam turistas e locais nos metrôs e nos caixas eletrônicos, uma menina grávida dizia que esmolar era sua única forma de subsistência. "Não temos documentos, não temos trabalho, o que mais podemos fazer?" Acrescentou: "Também somos europeus".

Diante desse cenário volátil, a defesa apresentada no processo de Nancy foi particularmente chamativa. "É muito difícil interpretar o comportamento deles com base nos nossos próprios padrões do século 20", disse Alain Behr, advogado da defesa. "Essa comunidade atravessa o tempo e o espaço com suas tradições, e nós, na Europa, temos dificuldades em integrá-los. No entanto, eles preservaram sua tradição, que é de sobrevivência." Behr disse que a chamada venda de crianças noivas é parte da tradição multissecular do dote cigano.

Mas o promotor Gregory Weill rejeitou as explicações culturais. Ele disse que, ao chegar à cidade natal dos líderes da quadrilha, na Croácia, os investigadores descobriram as imponentes casas de mármore da família. Nas caravanas do clã no norte da França, afirmou ele, policiais acharam veículos Mercedes, óculos de sol Dolce & Gabbana e bolsas Louis Vuitton.

Com grampos telefônicos, as autoridades descobriram uma operação altamente organizada, usando crianças como ladras para evitar processos judiciais aplicáveis a adultos. Celulares foram descartados para acobertar suas pegadas, e receptadores se encarregavam de transformar joias roubadas em dinheiro vivo.
"Alguém na Idade Média não seria capaz de lavar dinheiro reunido por crianças", disse ele.

A antropóloga húngara Livia Jaroka, única representante rom no Parlamento Europeu, sustenta que décadas de discriminação resultaram em desemprego endêmico, pobreza extrema, baixos níveis educacionais, segregação habitacional, tráfico humano, abuso de substâncias e altos índices de mortalidade. "A explicação cultural para a criminalidade rom é absurda", disse ela. "Tem a ver com a economia."

Um facho de esperança está na Espanha, onde há cerca de 750 mil roma, quase metade deles com menos de 25 anos. Quase todas as crianças roma concluem a escola primária. Em 1978, três quartos dos roma da Espanha viviam em moradias inadequadas; hoje, apenas 12% estão nessa situação. Isidro Rodríguez, diretor da Fundação Secretariado Cigano, citou o acesso à educação gratuita, ao atendimento médico e a moradias sociais depois da repressão contra os roma durante a ditadura franquista.


Jaroka, que cresceu em uma comunidade pobre de músicos roma em Tata, na Hungria, disse que deve seu sucesso a seus pais, que insistiram para que ela e seus irmãos frequentassem a escola. "Nós, os roma, também precisamos aprender a nos emancipar".

DAN BILEFSKY DO "NEW YORK TIMES"
Fonte: Folha Uol

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O QUE REALMENTE ACONTECEU COM A INTROMISSÃO PETISTA NA PETROBRAS

Em janeiro 2008 as ações da Petrobras - PTR4,
o valor era:

3 jan 2008 - 85,60
17 jan 2008 -70,85
21 jul 2008 - 38,80
HOJE ELA VALE - 16,95 -  Porque será???

Você lembra, há sete anos atrás, nosso então presidente afirmando que, pela primeira vez na historia desse país, o Brasil alcançou a autossuficiência na produção de petróleo ?

E qual é a verdade passados 7 anos ?
A verdade é que a Petrobras tem produzido cada vez menos, mesmo encontrando cada vez mais jazidas.
Só em 2012 o Brasil importou R$ 15 bilhões em derivados de petróleo.
Nesses mesmos 7 anos a balança comercial do petróleo e derivados apresentou um déficit superior a R$ 57 bilhões.

Para se ter uma ideia, esse número é maior do que os R$ 50 bilhões que o governo pretende investir esse ano em Infraestrutura.
Em 2012 a produção da Petrobras caiu 2%.
Começamos 2013 pior ainda: A produção de janeiro caiu 3,3% e fevereiro recuou 2,25%.
A Petrobras está “crescendo” que nem rabo de cavalo: pra baixo.

Você lembra que a primeira coisa que o presidente Lula fez (depois de ter tomado um Romanée Conti) foi cancelar as compras das plataformas para a Petrobras que o antigo presidente tinha feito, pois era um absurdo comprar coisas do estrangeiro, sendo que nossa indústria naval esta sendo sucateada?

E qual a verdade passados 10 anos?
A verdade é terrível e passa pelo que esse governo aprendeu a fazer (não sei como): Maquiagem de balanço.

Esse governo atual levou a Petrobras ao limite máximo, e perigoso, de endividamento, ou seja quase 3 vezes a sua geração de resultados.
Assim, decidiram não mais endividá-la, contabilmente, e como cada plataforma custa R$ 3 bilhões cancelaram as compras nacionais, levando o SINAVAL – Sindicado Naval – a denunciar a perda constante de postos de trabalhos.

E como estão fazendo?
Simples!! Em vez de comprar, alugam. Assim, a contabilização é em despesa e não em passivo a pagar.
Mas quanto fica esse aluguel? Mais barato que comprar?
Em 2011 a Petrobras gastou R$ 4 bilhões em locação. Em 2012, R$ 6 bilhões.
Mas pelo menos contratou-se empresas brasileiras?
Todas as locações de plataformas são de empresas estrangeiras.
Na realidade não sei se isso é maquiagem do balanço ou maquiagem do destino final do dinheiro.

Você lembra que o PT, para ganhar as eleições, diz o tempo todo que é contrario às privatizações? E que exemplo de gestão pública é o caso da Petrobras?

E qual é a verdade.
A resposta já seria fácil só pela simples leitura do acima. Mas deixem-me prosear mais um causo.
Em 2006 uma empresa belga comprou uma falida refinaria no Texas por US$ 42 milhões. Poucos meses depois essa empresa vendeu essa refinaria por US$ 1,2 bilhão. Adivinhe quem foi o felizardo comprador?
Isso mesmo, a nossa Petrobras.

Passado pouco tempo, acredite, a Petrobras verificou que tinha feito um mal negócio e resolveu vender tal refinaria. Mandou avaliar. Foi avaliada por menos de US$ 100 milhões. Colocou a venda. O Tribunal de Contas da União resolveu investigar essas estranhas negociações que gerariam um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão. A Petrobras suspendeu imediatamente a venda. Só no balanço do ano passado consta mais de R$ 450 milhões de despesas com essa estupenda refinaria.
Mas isso são negócios no exterior. Como são os negócios da Petrobras no Brasil? São rentáveis?
Mais ou menos.

O antecessor da Dilma, aquele aposentado por invalidez (lembra, aquele que não tinha um dedo), selou um acordo com outro ex-presidente, grande estadista, o Chávez (infelizmente esse já morreu), para construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, terra natal do vivente. Os dois calcularam, na ponta do lápis, o desembolso da Petrobras nessa Parceria: R$ 5 bilhões.
Qual a realidade atual?
O último relatório da Petrobras aponta um custo até hoje de R$ 35 bilhões.

Nas vésperas de eleições o nosso nordestino presidente lançou a construção de duas Refinarias Premiuns. Onde? Uma no Maranhão e outra no Ceará.
E como estão? Projetos suspensos. Por que? Agora constatou-se que não há certeza da rentabilidade na operação dessas refinarias.

Você lembra da cena daqueles 4 dedinhos sujos de petróleo? Aquele nosso ex-presidente em cima de uma plataforma sujando a mão no óleo (acho que foi a única vez na vida) para convencer os trabalhadores a retirarem o dinheiro do FGTS e investirem na Petrobras?

E o que aconteceu?
Os trabalhadores perderam 50% do patrimônio que retiraram do FGTS.
Mas como isso aconteceu?
O Mercado Financeiro, que não é controlado ou subornado por ninguém, começou a perceber que empresa é de fato a Petrobras e sua avaliação não para de cair.

O Mercado, e os investidores, perceberam que a empresa está sendo manipulada com intuitos puramente políticos, ou como “cabides de empregos” ou para mascarar a inflação, não reajustando seus preços a parâmetros internacionais.

Pior ainda.
A Petrobras ajuda nosso país vizinho, a Argentina, a aprimorar essa prática de mascarar a inflação.

Como assim?
Simples: na Argentina a gasolina é vendida nos postos a aproximadamente o equivalente a R$ 0,98 o litro (aqui você sabe que pagamos em média R$ 2,80).
Como consegue isso?

A Petrobras exportou, durante anos, para a Argentina gasolina a R$ 0,65.
Detalhe: exporta gasolina limpa, sem misturas com álcool ou outros aditivos.
É por essas, e outras, que a Petrobras é uma amostra do que acontece na administração total do nosso país, inclusive levando o Brasil a registrar um déficit na balança comercial, no primeiro trimestre de 2013, de US$ 5,1 bi, algo que não acontecia há 12 anos.

Esse ano a Petrobras completará 60 anos. Teve como seu slogan mais forte:
O Petróleo é Nosso.
A pergunta atual é: e o dinheiro vai pra quem?

Atualmente a Petrobras é presidida por Graça Foster. Nasceu no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, começou a trabalhar com 21 anos como estagiária na Petrobras, formou-se em engenharia na Universidade Fluminense, foi promovida para engenheira de perfuração e hoje é presidente da Petrobras. Ah, quase esqueci o mais importante, de 2003 a 2005 acumulou também a função de secretária da Dilma.

Com essa vasta experiência acadêmica, profissional, internacional e de gestão, a Graça fechou o balanço da Petrobras de 2012 apresentando um Passivo a Pagar
de R$ 332,3 bilhões, tendo apenas como Ativo Realizável R$ 118,1 bilhões. Ou seja, a Petrobras deve 3 vezes o que tem em caixa. Apresentou também em 2012 o menor lucro dos últimos 8 anos, R$ 20,9 bilhões, embora a receita bruta cresça em torno de 20% ao ano.

Diante desse cenário, a Graça resolveu “gerar” dinheiro, pois serão necessários para o pré-sal R$ 237 bilhões até 2016.
Tanto investimento no pré-sal, mas ele dará retorno?
Ninguém sabe.

Veja:
De 1980 a 2004, o barril de petróleo era negociado a US$ 40.
De 2004 a 2009 a US$ 70 e hoje na casa do US$ 90.

Mas essa cotação esta caindo pois as reservas mundiais de petróleo estão abarrotadas. Os EUA estão com o dobro da capacidade estocada.
A tendência é de queda. Cada vez mais se descobrem, e são adotadas, novas alternativas energéticas.
Ai que mora o problema.

O petróleo do pré-sal custa em torno de US$ 50 a 70 para ser extraído.
E se o preço internacional cair abaixo disso? Gastaremos mais para vender por menos? E as outras soluções energéticas que estão chegando?
Mas a Graça tem que dar continuidade ao projeto, tem que gerar dinheiro.

Mas como?
Vendendo os ativos da Petrobras, atitude essa como qualquer empresa em fase pré-falimentar faria.
Ah, vendendo ativos não operacionais e defasados?
Não!!
Vendendo tudo que gera energia renovável, comoparques eólicos, centrais hidrelétricas e termelétricas.
Mas isso tem lógica? Ela decide tudo isso sozinha?
Não!!
Ela recebe ordens do Presidente do Conselho de Administração da Petrobras: Sr.Guido Mantega.
E o Mantega responde a quem?
Bem, o chefe continua em plena atividade. Nos últimos meses, de jatinho particular, ele está “ajudando” o amigo Eike Batista e seu diretor Pires Neto (afastado no ano passado do Ministério dos Transportes por escândalos ligados aos mensaleiros) a vender sondas petroleiras que a OGX comprou no exterior e que não tem utilidade. E o “coitado” do Eike pediu auxilio ao companheiro pois as ações da OGX já caíram 90% esse ano.
Adivinha como vão ajudá-lo? Adivinha para quem eles estão tramando a venda dessas inúteis sondas?
Petrobras.

O chefe deu mais ordens: Em agosto de 2012 a Dilma lançou o “pacote ferroviário” de R$ 91 bilhões. Teria como principal meta escoar o petróleo do pré-sal. Advinha qual foi o principal beneficiado com as primeiras estradas de ferro?
Eike Batista.
Pior. Além de utilizarem dinheiro publico para atender uma empresa privada, fizerem um acordo chamado Modelo Ferroviário.
Sabe como funciona?
Simples:
Por esse Modelo o Eike não precisará colocar nenhum centavo para o transporte.
O governo pagará tudo. Funcionará assim: Uma empresa constrói as ferrovias; o governo compra toda a capacidade de transporte e repassa para as empresas interessadas em usar os trilhos. Se não houver demanda, ou se for parcial, o governo paga totalmente a conta.
Não é um excelente negócio?
Não para a Petrobras. Não para o Pais. E bom para……

Depois de relatar tudo isso, se você ainda estiver lendo, e eu puder dar um conselho antes das próximas eleições, ai vai:
Não compre ações da Petrobras.

Marco Antonio Pinto de Faria
Bacharel em Ciências Contábeis, Administrador de Empresas, Auditor,
Presidente e Fundador do Grupo SKILL composto por empresas atuantes
no mercado há 34 anos, oferecendo serviços de Consultoria Tributária,
Contabilidade e Tecnologia da Informação. Integrante do IBRACON – I
nstituto dos Auditores Independentes do Brasil.

(Fonte: Recebi via e-mail)

sábado, 5 de outubro de 2013

Brasil tem mais homicídios por ano que mortes nas guerras do Iraque, Afeganistão e Sudão somadas

Vivemos em um país em guerra, mesmo que não declarada. Esta é uma das conclusões possíveis a partir da leitura do estudo Mapa da Violência 2013, realizado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e divulgado hoje. Cerca de 170 mil pessoas foram mortas nos 12 maiores conflitos no globo entre 2004 e 2007 (veja tabela abaixo). No Brasil, mais de 200 mil perderam a vida somente entre 2008 e 2011.
Isto tudo sem que o país viva "disputas territoriais, movimentos emancipatórios, guerras civis, enfrentamentos religiosos, raciais ou étnicos, conflitos de fronteira ou atos terroristas", lembra o levantamento.

Há dois anos - época dos últimos dados disponíveis - foram registradas mais de 50 mil mortes, o que confere ao Brasil uma taxa de 27,1 homicídios para cada 100 mil brasileiros. Desse total, cerca de 40% (18 mil pessoas) eram jovens entre 15 e 24 anos.

O número de assassinatos no Brasil é 274 vezes maior do que em Hong Kong, 137 vezes maior do que na Inglaterra e 91 vezes maior do que na Sérvia, segundo o estudo divulgado hoje. 

Veja abaixo o total de mortes nas maiores zonas de conflito do planeta na década passada: 

País2004200520062007Total de mortes
Iraque9.80315.78826.91023.76576.266
Sudão7.2841.0982.6031.73412.719
Afeganistão91710004000650012417
Colômbia2.9883.0922.1413.61211.833
Congo3.5003.7507461.3519.347
Sri Lanka1093304.1264.5009.065
Índia2.6422.5191.5591.7138.433
Somália7602858796.5008.424
Nepal3.4072.9507921377.286
Paquistão8636481.4713.5996.581
Índia/Paquistão (Caxemira)1.5111.5521.1167774.956
Israel/Palestina8992266734492.247
Total dos 12 conflitos34.68333.23847.01654.637169.574
"São números tão altos que torna-se difícil, ou quase impossível, elaborar uma imagem mental, uma representação de sua magnitude e significação", afirma Jacobo, autor da pesquisa.

Segundo o sociólogo, a cultura da violência (caracterizada pelo hábito de resolver conflitos por meio da agressão), a certeza da impunidade (apenas 4% dos assassinos vão para cadeia) e a indiferença da sociedade com o grande número de mortes estão entre as causas do fenômeno. "A vida humana vale muito pouco", resume o pesquisador, que é argentino. 

É preciso observar que a magnitude da violência vista no país não tem equivalência nas nações que possuem dimensões e populações maiores ou similares à brasileira. Só o México chega perto.

PaísAnoPopulação (milhões)HomicídiosTaxa por 100 mil habitantes
Brasil2010190,852.26027,4
México2011112,524.82922,1
Rússia2010142,518.95113,3
Filipinas200896,112.52313
Nigéria2008164,418.42212,2
Indonésia2008234,218.9638,1
Paquistão2010170,313.2087,6
USA2010301,616.1295,3
Índia20101.184,6041.7263,4
Bangladesh2010158,33.9882,7
China20101.33913.4101
Japão2011125,84150,3

De acordo com o estudo, o número de assassinatos no país cresceu mais de 200% entre 1980 e 2011. Se considerarmos apenas as mortes violentas entre jovens no mesmo período, o aumento é ainda maior: 326% 

Para Jacobo, a tendência nos próximos anos é que grandes cidades como Rio e São Pauloatinjam um nível estável de violência se continuarem investindo em segurança pública – podendo reduzir ainda mais essas taxas com esforços concentrados em áreas como saúde e educação.

Por outro lado, o sociólogo adverte que se nada for feito em regiões onde o número de assassinatos vem crescendo, como Pará e Alagoas, um novo aumento nos índices nacionais de violência poderá ser registrado. 

Num levantamento sobre o tema com 89 países, o Brasil fica em sétimo lugar.

"O quadro comparativo internacional já foi bem pior para o Brasil", revela Jacobo. Segundo ele, o país era o segundo colocado do ranking da morte em 1999, atrás apenas da Colômbia. De lá para cá, a taxa de homicídios no país não parou de crescer, embora o Brasil tenha perdido posições na lista.

O sociólogo explica que esse "recuo relativo" se deveu "ao crescimento explosivo da violência em vários outros países do mundo", como El Salvador, Guatemala e Venezuela.