A
mudança climática pode obrigar o deslocamento de até 1 bilhão de pessoas nos
próximos 40 anos, afirma relatório divulgado nesta quinta-feira (31) pelo Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), agência especializada da
ONU.
O documento aponta que além das catástrofes naturais, conflitos
armados em algumas regiões vão influenciar migrações massivas. Eventos como
crescimento populacional, urbanização, insegurança alimentar, escassez de água e
competição de recursos também podem acentuar os deslocamentos em
massa.
De acordo com o Alto Comissário da ONU para refugiados, António
Guterres, a interação desses fatores aumenta a instabilidade "num mundo que está
se tornando cada vez menor" e necessitado de "políticas internacionais" para o
tema.
Desastres – A publicação afirma que migrações e deslocamentos
induzidos por mudanças climáticas terão dimensões "sem precedentes", com
previsões que variam entre 25 milhões e 1 bilhão de pessoas afetadas até
2050.
O aumento de temperatura entre 2 e 4 graus Celsius, conforme a
estimativa do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla
em inglês) da ONU, poderá causar mudanças dramáticas na disponibilidade de água,
nos ecossistemas, na produtividade rural, no risco de desastres e no nível do
mar – influenciando as migrações.
Segundo a agência da ONU, tais fatos
ressaltam a necessidade de estabelecer um sistema internacional de proteção
aqueles que se deslocam em razão do clima, já que a legislação internacional não
os reconhece como "refugiados".
O tema será abordado durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,
realizada no Brasil a partir do dia 13 de junho e que contará com cerca de cem
chefes de Estado.
"O deslocamento global é um problema internacional que
exige soluções internacionais – e com isso, quero dizer principalmente soluções
políticas", alertou o chefe da Acnur.
Fonte: Noticias Ambiente Brasil
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